Forno, cigarras, frutas na calçada na porta da loja, dragonfruit (que nome teria em português?), figos, me lembram do mediterrâneo que nunca conheci, seria bom, ilha grega, mar azul. Conveniente o enorme guarda-sol na esquina, esperando o sinal ficar verde, o chinês senhor que pára ao meu lado me olha de cima abaixo. Tomo muito espaço na sombra? O sinal nem ficou verde e avançamos, já que alguns carros pararam, encontro com os que vem em sentido oposto na segunda pista, onde os carros dobram a direita e disputam o asfalto com os pedestres. Chinês pára, eu sigo em frente, sem olhar para o lado. Sigo, sigo, sigo. Calor danado, devagar para não suar demais, jovenzinhas com sombrinhas, florezinhas e o fundo negro contra os raios de sol que se enfiam na nossa pele, jovenzinhas de shorts, cabelos negros soltos, lisos, pele branco-leite. Toilete público, funcionárias da limpeza conversando com um homem de uniforme sentado numa motinha, walkie-talkie esperneando na sua cintura, cheiro de incenso, estação de ônibus, chineses esperando, árvores na calçada jogam as sombras de suas copas no chão, troncos com pele de vitiligo. Boca da estação, linha quatro, frescor, descendo as escadas, cartão do metrô, mochila no aparelho, a chinesa ao lado não atende aos apelos da mulher da segurança uniforme cor de rosa, cabelos presos. Um engraçadinho entra na minha frente, passo o cartão na máquina ao lado, enquanto ele fica emperrado, satisfação da minha parte, sou mais rápida do que ele. Descendo a escada, branco-leite na minha frente, magrelinha como uma galinha despenada. Aguardo o metrô chegar para me levar para a próxima parada. A próxima parada.
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December 2023
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