A falha, um corte, uma cratera se abrindo no asfalto. Olho pela janela e meus olhos me presenteiam com a ilusão, fantasmas que voam rumo ao céu. Fecho os olhos, minhas pálpebras cansadas.
Pensei em escrever uma história com os mesmos elementos da história que estou lendo, uma assassina no Rio de Janeiro encontrando um homem misterioso, que a contrata para encontrar o livro escrito a mão. Me senti mal, uma sensação ruim dentro de mim. Quando faço uma pausa eu empaco. Esse espaço entre pensamento e ação. Eu investigo, sondo em meu interior esse momento de parada, onde a sensação ruim encontra abrigo. Quando penso que os rapazes, com os quais pego o ônibus todos os dias e converso banalidades no futuro estarão encarando a morte. E esse pensamento oculta o verdadeiro medo: de que muito antes deles estarei eu própria tão enterrada como uma pedra pré-histórica. Pensar na morte só faz prolongar essa sensação ruim, que me corrói ainda mais caustica do que o próprio tempo.
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November 2020
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