Dei uma repaginada e hoje apresento o novo look da página.
Muito feliz com as novas possibilidades. Ano passado publiquei meu primeiro livro de forma independente e esse ano outro seguirá. Muitas ideias para outros livros no mesmo gênero comédia de mistério. Mas não é só isso, muitas ideias no gênero fantasia. Estarei procurando agente e talvez consiga publicar os livros por uma editora aqui. Se não conseguir, minhas fantasias também serão publicadas de forma independente. Esse ano a página completa dez anos. O blog completará dez anos no ano que vem. Muito grata por esse espaço, minha morada onde posso me expressar. Durante essa jornada distante do Brasil a página foi sempre meu porto seguro. É verdade que alguns anos o blog ficou longo períodos sem textos novos. Mesmo assim, só de saber que esse espaço existia, já me encheu de energia. Para você que me acompanha: muito obrigada.
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Se asteróides não tivessem colidido com a terra?
Se o calendário fosse outro? Navios não tivessem deixado o porto, idiomas não fossem inventados. Se eu e você tivéssemos permanecidos juntos. Vale à pena pensar nisso? Se ela não tivesse ido embora, para sempre, sumido no vácuo que extingue estrelas. O passado lá trás, impossível. Existimos aqui nesse presente em que respiramos e sofremos. Esse lugar, único, real. Encará-lo de frente é o nosso legado, foi isso que ela nos deixou de herança. Janela aberta, a manhã enche o horizonte de luz
se aproxima aos poucos Não dormi nada pensando em você Aguardando que você destrancasse a porta e me libertasse desse mundo, dessa falta de esperança Construí ilusões e as guardei numa caixa fechada, mas você me ensinou outra coisa me fez duvidar desses desenhos na folha branca me fez querer algo além dessas paredes cinzas O mundo que existe além de nós distante escondido nas gavetas daquela cabana fria Sei que não faz sentido por isso a carta está dobrada dentro do envelope por isso ela não foi selada e será esquecida como tudo mais Te mando um convite em papel prateado
Vamos fugir para outra galáxia no portal que se abre entre universos eu e você viajando no tempo e espaço além do aqui e agora Acredite há lugares sagrados até nos países inventados Nascemos de novo e damos nomes às coisas aquilo se chama terra, bronze, tronco as primeiras pessoas a descobrir o céu, a terra, a chuva Aquele animal se chama lagarta Essas coisas dentro de você poeira das estrelas, força e coisas que não se pode guardar trancar dentro de uma caixa e enterrar Chuva amolece a terra lágrimas, morna e salgada, pela pele os segredos enterrados estremecem aurora se aproxima veja, aquilo se chama um novo dia. Limpador no para-brisa molhado, acelero
os faróis iluminam o asfalto a escuridão e o barulho da chuva meus nervos à flor da pele Será a última vez as lágrimas insistem engulo em seco Aquela ligação Curva, cheiro de terra árvores funestas como sentinelas à margem da estrada vou te contar algo que você não quer ouvir Se eu pudesse... se houvesse como chegar até você além dos seus segredos todas as coisas escuras sombras escondidas Tenho medo de não chegar Tenho medo de não chegar nunca Dia desses fui a Nuremberg
Na semana Precisei ir, não fui trabalhar e me vi em Nuremberg Passeando pelas ruas Me lembrei de Rosane Deu vontade de escrever uma história, desacelerar, contar com riqueza de detalhes o que a personagem faz e pensa Andar por uma cidade como uma estranha Andar pela primeira vez, turista Observar o túnel recortado no dia luminoso O túnel escuro engolindo pessoas Desaparacendo com elas Descrever de modo poético pessoas sendo engolidas pela escuridão na cidade iluminada pelo sol de início de primavera Deu vontade, mas não escrevi. Bem devagar dançam no ar
os flocos de neve Pio dos pássaros Sempre presente Com leveza de açúcar polvilhada A neve Se aconchega nos troncos e galhos O frio tem algo de permeável Entra dentro da gente Ou somos nós que entramos dentro do frio? Respirando como maria fumaça Os sinos da igreja badalam
Neve cobre o gramado Como sal Areia de praia Branca Como o céu Coberto por nuvens Os sinos da igreja se calam As árvores despidas de verde Galhos secos As janelas estão todas fechadas Na vizinhança O silêncio é entrecortado Pelos pássaros negros Seus pios Suas asas abertas Distante o chiado de carros Como num mar Inexistente Fecho a cortina, me afasto da janela Deixo para trás O frio dos primeiros dias de dezembro Quanto tempo que não escrevo.
O que tenho feito esse tempo todo? Mudando de continente, país Ajustando a língua, conhecendo novas pessoas Sentando Zafu Pensando Observando O dia, as árvores, as folhas, o céu, as pessoas, as casas, o outono, os carros, as bicicletas Mas o que importa: Vou voltar. Para aqui. Lugar virtual. Vou voltar com vontade de digerir conceitos, sussurrar palavras. Vou voltar! |
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