cgfernandes
  • Home
  • Zwei/Bilingue
  • Deutsch
  • Portugues
    • Blog da Clau
  • English

Feliz aniversário

28/11/2011

0 Comments

 
Eu escrevo essa carta para você, pois eu quero que você se lembre.
Hoje é seu aniversário. Você está sentada à mesa e tem uma xícara de café com leite à sua frente. Você veste pijamas azuis de flanela, aquele com uns ursinhos bonitinhos na estampa, e sobre ele o robe vermelho. Lá fora parece que o sol vai dar o ar de sua graça, a árvore à frente da janela exibe seus troncos nus e secos, como ossos escuros. A paisagem é triste e você espera que novembro chegue logo ao fim, você não agüenta mais olhar esse céu branco e o dia cinza. São quase 8:30 e você ainda precisa lavar os cabelos. Você não sabe qual roupa vai vestir e precisa comprar passagens de trem para Salzburg e Prag. Você não tem a mínima vontade de ir trabalhar, sabe que uma festa surpresa espera por você e preferia ter tirado o dia de folga para andar sem rumo pela cidade.
Hoje, dia 28 de novembro de 2011 é o dia do seu aniversário e por isso escrevo essa carta.
Eu quero que você se lembre.
0 Comments

A mulher que escreve

3/11/2011

0 Comments

 
É um equívoco que me faz vomitar na banheira. 
Esse ser que não sou eu, que se senta num quarto escuro e que escreve. 
Esse ser que inventa um outro e que se diz ser ele mesmo.  
Observa pela janela, do outro lado da rua, a outra: a mulher sentada sob uma luz amarela. Ela não sabe que é vigiada. 
Ela pressente, não tem certeza. 
Ela pára, os dedos estarrecidos, os olhos escancarados, os cabelos presos no topo da cabeça. 
Ela escuta, pensa ter imaginado coisas, volta o rosto para o computador, as mãos nas teclas. Ela escreve para esquecer que é um ser que vive dentro de uma história que eu termino com um ponto final. 
(um ponto final)
. 

0 Comments

Sem resposta

3/11/2011

0 Comments

 
Por que a consciência de se estar vivo não nos acompanha o tempo todo? Por que ao acordarmos e nos prepararmos para o dia, o trabalho enfadonho e a rotina entorpecente mergulhamos nesse estado letárgico? Por que apenas quanto acreditamos estarmos doentes, à beira da morte, ou ao estarmos bêbados ou extremamente felizes somos capazes de sentir a urgência da vida fluindo em nossas veias? A vida cheia de energia e sem equívocos? Por que não somos capazes de senti-la sempre cem por cento, apenas em estado de exceção? Por que vivemos como se não tivéssemos consciência de nossa mortalidade? Como se nossa carne não perecesse a cada segundo, como se nosso rastro não se apagasse atrás de nossos passos?
Eu só tenho as perguntas. 

 
0 Comments

    Blog da Clau

    Amenidades.
    Reflexões de todo o tipo.
    Todos os direitos reservados para textos e fotos. Os textos só podem ser reproduzidos com devidos créditos à autora Claudia Fernandes.


    RSS Feed

    Categorias

    All
    Alemanha
    China
    Hoje Aqui E Agora
    Konversa Com Kafka
    Poesia
    Sob O Sol De Xangai
    Sobre Artistas
    Tudonada
    Wegkreuzungen
    Zen

    Arquivos

    November 2020
    April 2019
    March 2019
    February 2019
    January 2019
    October 2018
    September 2018
    August 2018
    December 2017
    November 2017
    January 2016
    February 2015
    September 2014
    August 2014
    July 2014
    May 2014
    February 2014
    January 2014
    November 2013
    August 2013
    July 2013
    March 2013
    February 2013
    January 2013
    September 2012
    August 2012
    July 2012
    May 2012
    April 2012
    January 2012
    November 2011
    October 2011
    September 2011
    August 2011
    July 2011
    June 2011
    April 2011
    March 2011
    February 2011
    January 2011
    December 2010
    July 2010
    June 2010
    May 2010
    April 2010
    March 2010
    February 2010
    January 2010

copyrights © 2023 - cgfernandes. Direitos reservados. All Rights reserved. Alle Rechte vorbehalten.
Proudly powered by Weebly
  • Home
  • Zwei/Bilingue
  • Deutsch
  • Portugues
    • Blog da Clau
  • English