O lugar que existe em algum ponto no espaço ou entre quatro paredes de meu pensamento.
O lugar, perdido para todos aqueles que não eu mesma. Sinto uma excitação ao saber que há a possibilidade de visitá-lo, revê-lo. Todas as minhas coisas guardadas em caixas em algum galpão da Alemanha. Todas as minhas coisas, dissociadas de mim e de minha vida nesse momento no tempo. Primavera chega, sinto o calor da vida, rebentando brotos de flores, acordando vermes, bactérias e insetos. Todas as formas de vida.
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Sentindo-me mal, aniversário de m, irritação.
Ler Cortázar me revira as entranhas, irritada, dormi sonhando muito, acorrentada às imagens que agora viraram pó, Marcelo se assusta a todo momento com minha presença, o que me irrita ainda mais, porém no fundo não sei o que é, esse avesso que me levou a algum lugar. É preciso força para se andar em linha reta, queria tanto parar. Um ponto, dar voltas numa circunferência, como compasso, o pé fincado e o giro, não precisa ser perfeito, mas daí essa é a essência do compasso, não pode fazer nada a respeito, assim como aqueles que são tortos andam em ziguezague. Todo dia esse grito, esse vamos em frente. Para quê? Se não queremos chegar ao final. Templo budista, cela, chão duro, uma vela queimando lança sombras na parede. Estão dissociadas de mim. As sombras. Eu sou quem olha para elas, quem vê nelas meus temores. Os mantenho escondidos e quando decidem que vão usar um terno e dar uma volta pela rua, o dia está tão bonito, entro em pânico, os quero mortinhos dentro de um caixão, de preferência enterrados. |
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